São Boaventura, cujo nome de batismo era Giovanni da Fidanza, considerava que há três formas de enxergar o mundo e tudo o que nele contém. A primeira forma é o OLHAR DA CARNE, percepção estrutural a partir do olho físico. É a capacidade de enxergar a matéria pura e simplesmente. É um olhar limitado pois enxerga apenas o aparente: é o “Ver por Ver”.
A segunda é o OLHAR DA RAZÃO, mais refinado que o olhar da carne, pois nos permite olhar para alguém ou para algo de forma analítica e racional e pensar sobre tal coisa. O olhar da razão é o da ciência, para o qual tudo precisa ser provado: é o “Ver para Crer”.
Por fim, temos o terceiro olhar que é o OLHAR DA CONTEMPLAÇÃO. Este é um olhar especial e vai além daquilo que aparenta e significa. Quando olhamos com este olhar, sentimos. Nossa percepção carrega sobre si um peso de clareza e sentimentos profundos, porque não é tanto o ver mas o estar em comunhão com o que se revela. A terceira forma é o “Ver Além”.
No dia a dia de nossa vida, exercemos estes três olhares. É claro que o olhar da carne é muito mais frequente. E o olhar contemplativo, muito certamente, o mais raro. Mas há aqueles que possuem o dom de enxergar com mais frequência nesta forma. Estes têm o coração dócil às necessidades do mundo. Eles conhecem a misericórdia, que é ter uma ligação forte com a miséria do outro. Não uma inclinação, pelo desejo de se perder na miséria, mas de ser solidário e contribuir para que quem sofre tenha melhores condições.
Sinceramente, acho que o mundo precisa de mais pessoas com um olhar contemplativo.
O que vejo hoje em dia são pessoas frias, distantes, inclinadas sobre seus celulares, vazias de si mesmo… e doentes, porque não percebem que a cura de seus males está em amar. Amar o outro e a si mesmo. E digo ainda: amar a Deus, que existe sim e nos ama infinitamente. Eu creio nisso!
Mas apesar de perceber e entender que o olhar contemplativo é o menos frequente, eu acredito na humanidade. Acredito que haja no mundo pessoas boas, e muitas.
Eu opto por não engrossar o coro dos que gritam que ninguém é confiável, que todos são corruptos, que o ser humano é ruim por natureza e que tudo está perdido. Eu escolho a versão que diz e acredita que toda pessoa tem seu valor, que o ser humano é capaz de atos de imensa generosidade, que perdoar é divino e que há muitas coisas boas acontecendo nos quatro cantos da terra. Não estou querendo dizer que não existam pessoas más, mesquinhas e invejosas e que nós não devamos nos proteger delas – estou apenas sugerindo que nos concentremos no oposto disso.
Eu quero conviver com pessoas que tenham essa mesma capacidade, e desejo atrair para mim mais situações benéficas do que eu possa imaginar.
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Olhar de Contemplação♣ Você é maior e mais do que eu posso perceber, enxergar ou entender, você é o que eu posso sentir.
Ps♣Se alinhe com a sua essência e se torne quem você nasceu pra ser!