A maldição de Cassandra

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Cassandra Mitologia Grega

Conhecida por ter sido um destaque na Guerra de Troia, Cassandra é filha do rei Príamo e da rainha Hécuba. Após um desentendimento com o Deus Apolo que amaldiçoou, Troia foi vencida e destruída pelos Gregos. Porem antes desse acontecimento Cassandra era conhecida também por servir como alertar a sua família e ao povo sobre as previsões das destruições que poderiam acontecer. Tudo mudou quando Cassandra foi chamada de louca após tentar alertar a população de diversas desgraças e destruições que estavam por vim.

 Cassandra – a intuição

Ah, Eurípedes, o grande poeta grego que escreveu as mais belas tragédias. Graças a ele foi possível popularizar a história de Cassandra, uma personagem intrigante da mitologia grega e a quem a psicologia profunda estuda há bastante tempo.

Cassandra foi uma mulher lindíssima, filha da rainha Hécuba e do rei Príamo de Tróia. Era tão linda que o Deus do Sol Apolo se apaixonou por ela, prometendo o dom da profecia caso ela se entregasse para ele. Ele lhe deu o dom profético, mas como ela não cedeu às investidas do deus, este lhe cuspiu na boca e lhe condenou a saber do futuro mas que ninguém acreditaria em nenhuma profecia que lhe saísse da boca.

Assim, Cassandra previu muitos desastres como a Guerra de Tróia e até a tragédia que desencadearia na sua própria morte, mas ninguém acreditou nela.

Utilizando o mito em nossa vida, a psicologia trouxe o complexo de Cassandra, cujo termo se refere a pessoas que, embora estejam dizendo a verdade, são desacreditadas. Além disto, o termo traz à tona a descrença no feminino, considerado como não confiável (SCHAPIRA, 2018).

Todos já devem ter ouvido o termo “Intuição feminina” não é? A intuição é algo que homens e mulheres tem mas nos dias de hoje muitas vezes é tida como “não confiável”. Ligada ao feminino, ela aparece como algo fútil, frívolo. Jung não considerava a intuição algo fútil, inclusive a considerava um dos quatro tipos psicológicos da humanidade (PENSAMENTO, SENTIMENTO, SENSAÇÃO e INTUIÇÃO).
Embora seja algo difícil de explicar porque não é palpável, tratando-se de algo como um pressentimento, a intuição é real e todos nós a temos, uns de forma mais desenvolvida e outros nem tanto. Mas como assim todos nós temos?

Jung (1991) acreditava que todos possuíamos certo percentual de cada um dos tipos, incluindo a intuição. Cada tipo (pensamento, sentimento, sensação e intuição) habitava uma parte de nós, alguns tipos de modo menos desenvolvido que outros, sendo essa a nossa função inferior.

Embora falar de intuição possa parecer algo estranho, ela existe na nossa vida e aparece no nosso dia-a-dia. Povos primitivos a usavam de forma mais constante e assim conseguiam se livrar dos perigos que a vida daquela época reservava. Nos dias de hoje, podemos intuir por exemplo a sensação de que seremos assaltados, como se uma situação extrema ativasse essa função que muita gente não usa naturalmente.

Pessoas intuitivas acabam se destacando em áreas como marketing, vendas, corretagem da bolsa de valores, moda etc. São áreas onde quem tem uma percepção além do concreto consegue se sair muito bem.

Existem pessoas que hoje em dia ainda conseguem acessar naturalmente a intuição, mas o mundo atual ainda não valoriza esse lado que prevê, mas que não consegue ser explicado de forma objetiva. O subjetivo é algo que assusta a maioria das pessoas e por este motivo a intuição, como algo subjetivo, é tida como “persona non grata”.
O maior desafio das Cassandras de hoje em dia é se afastar da sombra para ir em direção ao fortalecimento do seu próprio Ego, de modo que o benefício de prever o futuro seja algo que lhes ajude a agir de acordo com o propósito maior do Self.
Mas para se afastar desta sombra é necessário ir em direção à Apolo, o deus do sol, da luz e da consciência. Acreditar em si mesmo se torna fundamental, tornar luminosa e consciente essa capacidade de prever, para que o Apolo que existe dentro de cada um não amaldiçoe com a sombra a Cassandra a quem ele mesmo deu o poder.
Fonte:– Larissa Diaswww.larissadiaspsico.com › post › cassandra

O complexo de Cassandra

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O complexo de Cassandra desenha a caricatura de alguém que acha que pode prever o futuro, mas se sente incapaz de mudá-lo. Este fenômeno curioso pode atormentar quem sofre dele, fazendo previsões nas quais os outros não acreditam.

Na mitologia grega, Cassandra era uma das princesas de Troia, filha de Príamo e Hécuba. Segundo as lendas, era uma mulher bonita que foi abençoada com o dom de ver o futuro. No entanto, essa habilidade foi acompanhada por uma maldição: ninguém acreditava nela.

Devido a isso, Cassandra podia antecipar o resultado de muitos eventos desastrosos, como a aceitação do famoso cavalo grego por parte dos troianos. A família de Cassandra achava que ela era louca e não acreditava em sua história maluca sobre as intenções dos gregos de atacar a cidade. É claro que a história mais do que famosa terminou com a derrota dos troianos e a destruição da sua cidade.

As versões da história variam e, em algumas delas, Cassandra chega até mesmo a ser encarcerada por sua loucura. Em suma, Cassandra sempre foi mostrada como uma mulher não compreendida. Assim, as origens do mito estão nas histórias sobre um castigo divino que o deus Apolo impôs a essa mulher. Este castigo foi devido ao fato de que o deus foi rejeitado por Cassandra, então ele se vingou com um presente que só traria frustração e desespero.

 

O complexo de Cassandra baseado no mito: a invisibilidade das mulheres

Depois das histórias relacionadas ao mito de Cassandra, foi cunhado o termo “complexo de Cassandra”, que é aplicado às pessoas que costumam fazer previsões, geralmente catastróficas, sem que os outros acreditem nelas. Devido aos avanços no conhecimento científico, a mentalidade geral da nossa sociedade tende a uma racionalidade e um empirismo que deixam de lado os aspectos relacionados ao não-racional, como as visões imaginativas.

Portanto, esse tipo de descoberta é muitas vezes invisível e tomado como uma simples coincidência. Já na Grécia Antiga, a sociedade patriarcal que prevalecia era caracterizada por equiparar o feminino com o carente, com o fraco e com o que é passível de ser dominado e explorado.

A submissão e o silêncio eram as virtudes ideais para o comportamento das mulheres. Essa mentalidade, que em parte sobrevive até hoje, deu lugar a muitas mulheres invisíveis. No entanto, existem múltiplas evidências de como as mulheres estão presentes de maneira relevante em um grande número de eventos históricos, tanto na esfera política, quanto na científica e artística.

O complexo de Cassandra pode explicar como a lógica patriarcal absorveu essas conquistas, tirando o mérito de todas essas mulheres e transferindo seu papel para figuras como seus pais, irmãos ou maridos. Hoje em dia, não é difícil ver exemplos desse fenômeno de invisibilidade nas mulheres na mídia, onde boa parte de suas chances de sucesso são baseadas em sua aparência física.

 

A mulher como mercadoria e propriedade

O mito conta como, depois de Troia ter sido invadida e saqueada, Cassandra foi entregue na forma de espólio de guerra ao rei grego Agamenon. A história desenha um retrato arcaico de como o corpo das mulheres, mesmo em nossas alturas da história, ainda é usado como uma mercadoria, como um objeto de prazer para os homens ou como uma vitrine para vender um produto.

A objetificação do corpo feminino é a ordem do dia. Assim, a maioria das mulheres encontra barreiras importantes em seu desenvolvimento pessoal ou profissional ao serem julgadas por sua aparência física ou idade, e não por suas habilidades, seu potencial intelectual ou suas realizações.

Além disso, uma grande quantidade de mulheres tem que enfrentar uma descrença estrutural. Em uma sociedade patriarcal, as mulheres que querem lutar para eliminar os papéis de gênero e os estereótipos muitas vezes são silenciadas ou marginalizadas.

Muitas mulheres, depois de superar vários obstáculos e desvantagens e depois de conseguirem ter acesso a posições de poder e alcançarem um reconhecimento que vai além do que tradicionalmente se espera delas – como beleza ou o cuidado dos outros –, são deslegitimadas, desqualificadas ou não são levadas a sério.

Fonte: amenteemaravilhosa.com.br › Psicologia