“Sem a advocacia, não há liberdade, não há Direito, não há Justiça.”
Ninguém pode negar que vivemos um momento onde fomos obrigados a modificar os nossos hábitos. Longe de nossos afetos, dos afazeres cotidianos. Tivemos que arrumar um novo jeito de viver, de sobreviver.
Tem gente, que nem pode exercer o seu ofício, está impedido de trabalhar, de ganhar o pão de cada dia. O que não é o meu caso, a pandemia mudou pouco a minha rotina “profissional”, eis que a maioria do meu trabalho é escrevendo, na internet, os processos são virtuais.
E tem outra, trabalho em um Pronto Socorro Social. O vocábulo “advogado” tem sua origem na expressão latina “advocatus”, formado pelo prefixo “ad” (trazer para perto) e “vocatus” (chamado), invocado, ou seja, aquele que é chamado para ajudar, para socorrer.
O advogado tem o papel de socorrer aqueles que necessitam de auxílio para os conflitos humanos inerentes; é um médico, não da estrutura física molecular humana, mas de almas errantes, ou não, que por algum infortúnio estão sob o risco de sofrer uma ação, ele luta pela defesa do direito de alguém, salva liberdades, honras, patrimônios, de todas as espécies, materiais e morais.
O Judiciário não pode parar, é um Hospital Urbano, do corpo coletivo. Alguém acredita que a pandemia, a quarentena, vai cessar os conflitos humanos e sociais?
A justiça teve que arrumar um jeito de funcionar, de se adaptar à nova realidade, as audiências estão virtuais, o atendimento está sendo feito via e-mail, WhatsApp e assim por diante.
Porém, o exercício da advocacia, trabalho nem sempre quer dizer dinheiro, muitas causas são futuras, os contratos são de risco, é uma vida instável, os prazos estão suspensos, mercado financeiro parado, o momento está difícil pra maioria!
Esses dias acordei, desanimada, preocupada, um monte de boletos vencidos, e sem saber o que fazer. Decidi ir correr, foi quando avistei uma moça por quem tenho profunda admiração, há um tempo a observo, tem um filho pequeno, porém, sempre arruma um jeito para fazer atividade física, coloca a criança no carrinho vai empurrando e correndo, me recordo que a 1ª vez que há vi, chovia, no entanto, ela protegeu o carrinho do bebê e corria com ele. A verdade é que. “QUEM QUER, ARRUMA UM JEITO. QUEM NÃO QUER, ARRUMA UMA DESCULPA”.
Depois fui para o escritório, na próxima semana os prazos voltam a correr, tem que deixar tudo em ordem. Chegando lá, deu problema no computador, precisei comprar uma peça e, em frente ao meu trabalho tem um Shopping especializado nisso, e tinha algumas pessoas do lado de fora( estava fechado), aí perguntei onde podia encontrar o dispositivo?
E tive como resposta que era só perguntar aos comerciantes, na verdade aquele grupo de pessoas: Eram os lojistas que impedidos de abrir os seus estabelecimentos, arrumaram um jeito de conservar-se, de continuar.
Nossa, como isso me motivou! Tanto a moça da corrida como os lojistas, me renovaram, me inspiram o desejo de luta! Por fim, cheguei à seguinte conclusão:Rogo a Gadu que sempre me mantenha acesa a chama, o espírito dos bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que lhes não pode dar glória e nem promoção!
Ps♠ Se quer que alguém lute, dê a ele algo para lutar.
Nota♣ Não luto por vitória, brigo apenas por aquilo que acredito.
Para chegar à fonte é preciso nadar contra a corrente.
Stanisław