“Se o cotidiano lhe parece pobre, não o acuse: acuse–se a si próprio de não ser muito poeta para extrair as suas riquezas”… Rainer Maria Rilke.
O ano passou muito rápido, praticamente já chegou ao fim , às vezes tenho a sensação que os dias se tornam cada vez mais curto, e o tempo passa cada vez mais rápido. E no ordinário da vida: entre tantas tarefas, prazos, obrigações e demandas que parecem tomar mais tempo do que possuo.
De vez enquanto, a rotina sufoca e me sinto aquele disco riscado que toca a mesma música, pulando de faixa. E o piloto a automático faz tudo parecer um borrão em alta velocidade. E parece que vivo a monotonia diária a espera de momentos incríveis que só ocorrem esporadicamente.
Mas, será que como diz com diz Julio Iglesias?De tanto correr pela vida sem freio
Me esqueci que a vida se vive num momento. De tanto querer ser em tudo o primeiro
Me esqueci de viver os detalhes pequenos. De tanto lutar sem pensar no fracassoDescobri sem querer que eu vivi sem motivo.
E com isso acabei perdendo o melhor, esqueci de viver. Sigo apenas no automatismo repetindo pensamentos prontos e passando pela vida alheia ao inédito que se manifesta cotidianamente.
Visto que, é no dia-a-dia que moram alegrias permanentes, que reside as pequenas coisas que colorem o dia, as sutilezas que têm o poder de aquecer o coração.
Resgatar o olhar de novidade e contemplar o cotidiano, em estado de atenção. Pode ser exatamente o antidoto que preciso para me reencantar pela vida que acontece no aqui e agora. Desenvolver o tripé: análise-observação-indução.
Ver a beleza que se esconde na rotina, com olhar da novidade de botar reparo nas coisas, de enxergar além do que vejo, ouvir mais . Afinal, não se pode ignorar as sutilezas do cotidiano e ficar no aguardo apenas de algo semelhante sempre grandiloquente para chamar á atenção.
Se for dessa forma, eu não terei um processo rico de vida, já que ela em si não é representada por esses pontos que se destacam, mas pelo processo que se vive no habitual.
Recado importante📢 Nós não conseguimos transformar aquilo que não conhecemos, então o primeiro passo é conhecer a nossa história.
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