Preâmbulo: O homem só se cura quando aceita a sua própria hediondez .
Acredito que existem coisas que só acontecem comigo, se alguém me contasse diria que é caô(estorinha), como dizem os mais próximos são CARLICES. Vocês acreditam que recentemente sofri “cyberbullying”?
Participo de um grupo de “estudo virtual” que se reúne uma vez por ano, contudo no momento que me disponibilizei para o trabalho, percebi a cara de aversão da mediadora, e a intenção de me constranger com seu discurso de ódio e intolerância. A disposição corporal e atitudes falam mais que mil palavras.
Imagina a situação? A sala estava lotada, o clima ficou péssimo! Decidi não reagir, fiquei quieta. Contudo, depois fiquei mal. E resolvi tomar uma atitude.
Procurei o outro coordenador(mediador) do trabalho, como também a direção do local e contei o ocorrido.
Falei para a diretora que a dita-cuja precisava de ajuda, tanto lixo, sentimentos ruins contra uma pessoa que ela nem conhece direito.
Também disse que já havia percebido a implicância da figura comigo, contudo naquele dia ela havia ido longe demais. Mas, eu já imaginava o motivo, tinha a ver com meu trabalho(advogada criminalista). É um tipo de labor que a figura não entende, e nem pouco, tolera as pessoas que se dispõem a esse tipo de emprego.
Esse episódio me levou a um exercício de autorreflexão e de percepção social: Quais seriam os diferentes modos de demarcar os limites da tolerância?
Afinal de contas, a tolerância é uma atitude social ou individual que nos leva, não somente a reconhecer o direito a opiniões, ou comportamentos diferentes ou até mesmo contrários aos nossos, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente.
Também, nos convida a flexibilizar nossos limites e enxergar pontos de vista diferentes dos nossos, incluindo respeito, aceitação e apreço pela diversidade.
Hoje em dia, a tolerância pode ser considerada como uma virtude e apresenta-se como positiva, porque no seu exercício, temos que nos deparar com a nossa própria impaciência (sofrimento) e conseguir através de nossa determinação e força de vontade, superá-la.
Tomás de Aquino concebe o termo tolerância como sendo o mesmo que a paciência. Não significa que se tolere a imoralidade ou desobediência, mas e, sobretudo, exercer a capacidade de compreensão e argúcia na interpretação dos fenómenos que surgem ao longo do percurso quotidiano.
Acredito que a tolerância precisa ser alimentada a cada dia, sem cobranças nem ressentimentos, respeitando o espaço do outro, a diferença de ideias e ideais de cada indivíduo e tolerando os limites pessoais para o bem do convívio familiar, social e profissional.
O problema parece surgir quando a tolerância ultrapassa o limite saudável e torna-se concessão e resignação, acreditando que certas coisas não vão mudar e a única solução é aguentar e sofrer em silêncio.
Quantas vezes toleramos coisas que não são boas para nós? Surge então uma questão importante: qual o limite da tolerância? Dor e desconforto, sejam eles físicos ou mentais, são sinais que nos convidam a prestar atenção em alguma coisa que estamos deixando de cuidar.
Se algo nos incomoda, em vez de tolerar ou ignorar, o ideal é ampliar o olhar e tentar entender o que há por trás. Com isso, o desconforto talvez desapareça ou surja mais clareza de como agir para transformar o que incomoda, seja fisicamente em nosso próprio corpo, na vida pessoal, na vida profissional ou na sociedade.
Quando a tolerância é ilimitada, ela pode ter a aparência superficial de convivência pacífica, enquanto, a situação real é uma bomba-relógio prestes a explodir. Então, criar condições para conversar sobre o que incomoda cada um pode tornar-se uma boa saída para não chegar neste ponto insustentável.
O filósofo austro-britânico Karl Popper trouxe à tona essa discussão, levantando tal questionamento e alertando sobre o quão periclitante é dar voz e não tomar providências contra discursos ou atitudes intolerantes e que ferem direitos das pessoas.
Como ele mesmo diz :Devemos, então, reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante”, o que nos leva ao chamado Paradoxo da tolerância.
Do livro The Open Society and Its Enemies. Onde o escritor sustenta que a tolerância termina tão logo começa: assim que um limite arbitrário é estipulado pela definição do “intolerável” e do “intolerante”
Por fim, vou sugerir uma resposta aparentemente simples para essa questão:Os limites da tolerância devem ser implantados onde a intolerância começa. A tolerância só pode ser exigida em face daqueles que são tolerantes; é uma questão de simples reciprocidade.
Continuação🚩Ando muito preocupado, deveríamos estar avançando e não tendo que lidar com temas tão espinhosos, que deveriam ter ficado no seu lugar na história e de lá nos ensinar o que não fazer. A sociedade está repetindo ou se deixando repetir os mesmos erros graves do passado.
Recado importante 📣 Nunca cometa o erro de ser tão compreensivo a ponto de ignorar o fato de que você está sendo desrespeitado.
👉🏿👉👉🏻https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sociedade-massa.htm
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