Há um tempo atrás, me matriculei em um curso preparatório da Escola de Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o curso já havia se iniciado fazia um tempo, no meu primeiro dia de aula, cheguei atrasada e ainda entrei na turma errada.
Ao final da aula o professor começou a discursar que Concurseiro , não toma Sol, não malha, só estuda, só pode pensar nestas coisas após passar no concurso, a aluna que estava sentada ao meu lado olhou pra mim e falou: Você está escutando o que o professor estava falando? Respondi pra ela: Não sou dessa Viber, acredito que “A mente sã precisa do corpo são pratique a harmônia entre os dois”.
Fiquei incomodada com a postura dela, como pode uma pessoa que nem te conhece agir assim? Era intervalo e estava no banheiro me queixando dela, quando entra um grupinho e uma delas , olha pra mim e fala…Você está falando do seu short? Barraram você?Como você entra em um Órgão Público de bermuda? Senti-me um ET.
Retruquei pra ela, acredito que esta lei é válida durante a semana, era um sábado e já fiz vários cursos no fim de semana e sempre vim de bermuda, e até agora ninguém me barrou. Detalhe que ela era minha colega de turma e na semana seguinte estavam todas com um short muito mais curto que o meu.
A aula era de Penal, o tema “delação premiada”, quando o acusado confessa o delito e contribui para seu esclarecimento, apontando coautores. Segundo o professor a origem deste beneficio era Judas Iscariotes, que vendeu Jesus aos soldados romanos, por 30 moedas de prata.
Fiquei pensando, quanta baboseira. Como pode? Divulgar informações sem buscar a veracidade dos fatos. Que eu saiba na verdade Judas era um rapaz rico, filho de uma família judia de fariseus, rica e poderosa, que abandonou a família e a fortuna para abraçar a pobreza voluntária, a fim de seguir aquele que ele realmente acreditava ser o Messias de todos os tempos, tanto que ao final ele se mata enforcado.
Creio que Judas Escariotes acabou sendo mais um homem que não teve tempo, nem argumentos para provar sua fé e sua inocência. E nessa era digital então temos o Tribunal de Exceção chamado Redes Sociais, o tribunal popular da web não perdoa, um comentário incorreto e lá se vão sua reputação, seu emprego, seus amigos.
Dessa forma, cabem aqui as palavras do escritor José Márcio Sousa. : “O julgamento nas redes sociais é muito rápido e extremamente injusto. Ele não dá oportunidade a vítima de defesa, qualquer pisada na bola, por menor que seja, e a pessoa vira alvo de uma avalanche de críticas e ameaças. Só acho que as pessoas deveriam ter mais calma com os pré-julgamentos, pois são tão graves quanto o preconceito”.
Para saber mais 👉🏻👉🏿https://www.imparcial.com.br/noticias/a-verdade-sobre-judas-escariotes,35860