Facetas da Verdade

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“Salve a diversidade humana – Diferença não é defeito!

Fábula “O elefante e os cegos”

Chegou um grande circo na cidade. Quatro cegos, passeando juntos, aproximaram-se do local onde o domador estava cuidando de um dos elefantes do circo. Pararam e perguntaram ao domador se podiam tocar no animal, ao que ele concordou.

Um deles, mais alto, de braços erguidos, bateu na orelha do elefante; outro, encontrou a barriga; outro, apalpou a perna e o quarto segurou a tromba. Logo depois voltaram ao seu passeio satisfeitos, porque agora sabiam o que era um elefante. E foram conversando, até que pararam numa pracinha, sentaram-se e começaram a discutir sobre o elefante:

– Elefante é apenas uma espécie de ventarola grande, felpuda no meio, e rugosa – disse o cego alto.

– Nada disso – retrucou o que examinou a tromba – eu examinei cuidadosamente o bicho. Trata-se de um tubo maleável, pesado, forte e que se movimenta o tempo todo.

– Tudo errado! – falou o que tocara na perna. Eu constatei que é uma pilastra firme e grossa.

– Eu acho que vocês estão loucos – corrigiu o cego que apalpara a barriga – não perceberam que o elefante é como um enorme casco de navio, áspero e vivo?

E as discussões foram até altas horas, sem, é claro, chegarem a qualquer conclusão.

Moral da história: quando não nos permitimos observar toda uma situação ou pessoa (visão sistêmica), podemos limitar nossa compreensão por ver apenas parte (visão periférica). Cada ponto de vista é a vista sobre um ponto. Nossa compreensão se amplia quando analisamos cuidadosamente, procurando ser objetivos e transparentes na comunicação.

 Fonte: Fábula “O elefante e os cegos” | PENSE BEM! pensebem.blog

 

“compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria”

Empatia também é isso: compreender que meu ponto de vista não é o único possível, e deixar de culpar aqueles que não correspondem às minhas expectativas e anseios. Perdoar as imperfeições do outro, entender que somos todos limitados e que, em algum momento, podemos falhar.

Há alguns meses assisti a uma palestra incrível da nigeriana Chimamanda Adichie, chamada “O perigo da história única”. Nela, a escritora discorria sobre como somos impressionáveis e vulneráveis em face de uma história. Como temos a tendência de acreditar naquilo que nos contam sobre algo ou alguém e a confiar cegamente de que essa é a única versão sobre o fato. Como somos suscetíveis a superficializar nosso contato com a realidade ao criar estereótipos daquilo que julgamos ser a única possibilidade, mas que é apenas uma versão incompleta da totalidade.

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Mais tarde, lendo “O Sol é para todos”, novamente percebi o perigo de vivermos cheios de certezas. A certeza sobre algo ou alguém afasta a possibilidade de sabedoria e dá margem à arrogância e à cegueira. Numa das passagens do livro de Harper Lee, um homem, cujo comportamento de “andar com negros” afronta a cidadezinha preconceituosa do sul dos EUA, revela às crianças que, ao contrário do que todos dizem, não vive alcoolizado e que a bebida que carrega dentro do saco de papel não é uísque, e sim refrigerante. Estupefatas, as crianças lhe perguntam por que ele permite que a sociedade pense que ele vive bêbado, ao que ele responde:

“Procuro dar um motivo para essas pessoas, sabem? Elas ficam satisfeitas quando encontram uma explicação. Não é honesto ser assim, mas é muito útil para as pessoas. Cá entre nós, não sou muito de beber. Mas elas jamais entenderiam que vivo desse jeito porque quero viver assim”.

 

Assim, ao me deparar com a frase de Douphus Raymond, o homem que andava com negros porque queria e não porque bebia, parei para refletir no quanto temos dificuldade de lidar com aquilo que não entendemos bem. As pessoas da cidade preferiam acusa-lo de bêbado a acreditar que ele poderia andar com negros porque tinha vontade. Quando descobrimos que existem outros pontos de vista, nos deparamos com uma vasta gama de possibilidades, e isso nos dá pânico. Precisamos então criar uma história única, que explique a situação, para que o pânico vá embora. Nascem aí os preconceitos, a arrogância, o julgamento e a certeza.

Filósofo Boladão on Twitter: "Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.… "

Muita gente que não se considera preconceituosa acaba acreditando numa história única. Quando fazemos deduções a respeito de alguém, quando acusamos alguém de algo, quando julgamos o comportamento alheio, quando criamos certezas a respeito daquilo que não conhecemos por completo, estamos nos afastando da sabedoria e nos aproximando da arrogância e intolerância.

O perigo de vivermos cheios de expectativas está em delegar a alguém o que nós mesmos faríamos no lugar dele, esquecendo que cada um enxerga a vida à sua maneira, e não é honesto cobrar do outro uma atitude que não condiz com seu modo de ser e viver. Quem quer que o outro corresponda às suas expectativas não sabe, nem de longe, o que é ser e estar na pele do outro.

Empatia também é isso: compreender que meu ponto de vista não é o único possível, e deixar de culpar aqueles que não correspondem às minhas expectativas e anseios. Perdoar as imperfeições do outro, entender que somos todos limitados e que, em algum momento, podemos falhar. Parar de apontar o dedo para quem quer que seja, entendendo que as pessoas são diferentes, e é essa variedade que faz a vida tão rica.

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Compreender que há outros pontos de vista nos aproxima da sabedoria, pois perdemos o ar de superioridade de quem está certo sobre tudo e nos abrimos para a possibilidade de que a maioria das coisas nos é desconhecida. Assim, vamos entendendo que não é possível ter certeza absoluta sobre nada. Nada além de nós mesmos.

E descobrimos que o que acontece por trás das portas fechadas e no coração de cada um, pertence somente a ele. A ele e mais ninguém.

FABIOLA SIMOES

Fonte: osegredo.com.br › compreender-que-ha-outros-pontos-de vista

O BERAKÁ: A parábola oriental dos seis cegos e o elefante

NotaAs pessoas precisam aprender o valor da opinião alheia. Igualmente, precisam descobrir que toda interpretação é composta de várias verdades.

Ps Quando as pessoas me perguntam a opinião sobre algo?Sempre respondo, no meu sentir, o meu olhar …..E não se limita a isto?