E por falar em amor

clarice

Há vários motivos para não se amar uma pessoa. E um só para amá-la…
Carlos Drummond de Andrade´.

O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.”
Mário Quintana

“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar….silêncios que se declaram”.

Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.
Pitagóras

Cumplicidade não se compra , afinidade não se explica, amizade não se força, confiança não se obriga e sentimento não se controla.

O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você.
Mário Quintana

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis,coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.  

Fernando Pessoa

Diálogo entre o principezinho e a raposa, capítulo XXI do Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry

 

E foi então que apareceu a raposa:- Boa dia, disse a raposa.- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…- Sou uma raposa, disse a raposa.- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.- Ah! desculpa, disse o principezinho.Após uma reflexão, acrescentou:- Que quer dizer “cativar”?- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…“- Criar laços?- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.A raposa pareceu intrigada:- Num outro planeta?- Sim.- Há caçadores nesse planeta?- Não.- Que bom! E galinhas?- Também não.- Nada é perfeito, suspirou a raposa.Mas a raposa voltou à sua ideia.- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam.Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:- Por favor… cativa-me! disse ela.- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo.Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.Mas, cada dia, te sentarás mais perto…No dia seguinte o principezinho voltou.- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens,por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.- Que é um rito? perguntou o principezinho.- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas.Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores danças sem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse: – Ah! Eu vou chorar.- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal;mas tu quiseste que eu te cativasse…- Quis, disse a raposa.- Mas tu vais chorar! disse o principezinho. – Vou, disse a raposa.- Então, não sais lucrando nada!- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.Depois ela acrescentou:- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo.Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.Foi o principezinho rever as rosas:- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.E as rosas estavam desapontadas.- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.E voltou, então, à raposa:- Adeus, disse ele…- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, afim de se lembrar.- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho,a fim de se lembrar.- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Perdoe aqueles que lhe causarão decepções. Lembre-se perdoar é desapegar-se da esperança de que o passado poderia ter sido diferente.

Pros erros há perdão, pros fracassos, chances, pros amores impossíveis,tempo.

A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração,sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente.

Apaixone-se por alguém que te curte, que te espere, que te compreenda mesmo na loucura; por alguém que te ajude, que te guie, que seja teu apoio, tua esperança. Apaixone-se por alguém que volte para conversar com você depois de uma briga, depois do desencontro, por alguém que caminhe junto a ti, que seja teu companheiro. Apaixone-se por alguém que sente sua falta e que queira estar com você. Não apaixone-se apenas por um corpo ou por um rosto; ou pela ideia de estar apaixonado.

Não tiro ninguém da minha vida, apenas reorganizo as posições e inverto as prioridades. (Cazuza)

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