Diferença entre a cobiça e a inveja
A inveja é a tristeza pela felicidade alheia. Único pecado do qual ninguém se orgulha, a inveja atravessa a realidade das pessoas.
É difícil reconhecê-la, seja em si ou no próximo. É árduo aceitá-la, seja em si ou no próximo. Ela magoa, fere, atormenta, destrói, seja quando parte de si, seja quando parte do próximo. Alguns a reconhecem com mais facilidade, aceitam-na e trabalham para evitar consequências; outros permanecem no engano, seja por vergonha de reconhecer algo tão nocivo vindo de dentro ou por não querer ser alvo de algo assim. Essa é a inveja.
Quem nunca ouviu a expressão “a inveja mata”? Na literatura judaico-cristã, vemos o relato, em que Caim mata o irmão Abel, certo? Foi por inveja!
Pessoas insistem em dizer que um pouco de inveja não faz mal. Ledo engano. Faz mal sim, e muito tanto para a pessoa que carrega esse sentimento negativo e tão destrutivo quanto para aquela que é alvo disso. A inveja mata, sim. Aniquila, aos poucos, os bons sentimentos, a alegria pela própria vida e principalmente a alegria pela felicidade alheia – sim, é possível sentir alegria pela felicidade alheia. A inveja é um sentimento que cresce e corrói. É a emoção que cega e que, assim como Caim, pode levar a consequências trágicas e irreversíveis.
O poeta italiano Dante Alighieri descreve de forma magistral esse sentimento e o destino daqueles acometidos por ele. No segundo canto da Divina Comédia, Dante define a inveja como o “amor pelos próprios bens, pervertido ao desejo de privar a outros dos seus”, e mostra que o castigo a que os invejosos estão fadados é ter seus olhos costurados com arame, justamente para que aqueles que tenham tido prazer em ver o declínio alheio fossem eternamente privados da luz.
O maior obstáculo é entender em si esse sentimento, seguido pela dificuldade em reconhecer que se é alvo de uma pessoa invejosa. A verdade é que não queremos admitir que a felicidade de alguém nos faz infeliz e não queremos que nossa felicidade seja motivo de raiva e dor para alguém; não por sermos felizes às custas do outro, na dor do outro, mas simplesmente por ter gente que não nos quer felizes.
Sugiro atenção aos próprios sentimentos e atenção a atitudes suspeitas de pessoas próximas. Mas a verdade é que, como eu disse no início, é difícil reconhecer e aceitar. Mesmo que seus instintos lhe avisem, é somente depois de uma consequência que tudo passa a fazer sentido.
Caiene Cassoli
Fonte: www.a12.com › jornalsantuario
Conheça as 5 Filhas da Inveja e Aprenda a Identificar, Superar e Proteger-se de Pessoas Invejosas
Pode-se perceber a presença deste sentimento em todas as modalidades de relações humanas: na vida social comum, nas amizades, no trabalho e até nas famílias.
A inveja é um sentimento poderoso e lidar com ela requer grande atenção e sensibilidade. Para vencê-la é necessário responder com rapidez aos seus ataques.
Neste artigo vamos investigar a inveja em profundidade: o que ela é, sua psicologia, seus “sintomas”, como superá-la e como proteger-se dela.
O Que é a Inveja?
Sócrates (469 a.C. — 399 a.C) a chamou de “a úlcera da alma” e Dante Alighieri (1265 — 1321) a descreveu em sua Divina Comédia como um ser cujos olhos estavam costurados com arame.
Essas duas referências, feitas por duas das mentes mais brilhantes que a humanidade já conheceu, servem para mostrar a feiura deste sentimento.
A palavra deriva do latim invidia – de IN, “em”, mais VEDERE, “ver”, “olhar”. O invejoso é, portanto, aquele cujo olhar não desgruda nem se distancia dos bens alheios; bens que podem ser materiais, morais ou espirituais.
Mas o que é, afinal, a inveja? Como podemos defini-la?
A definição dada pela psicologia é a seguinte:
[A inveja é] o deslocamento da energia do potencial de determinado indivíduo para a exacerbada preocupação com a satisfação e prazer de outra pessoa, geralmente íntima do sujeito em questão.
Esta definição, no entanto, deixa de fora o principal componente da inveja: a tristeza.
A inveja não é simplesmente um “deslocamento da energia” e uma “preocupação exarcebada”, ela é tristitia alienum bonum – tristeza pelo bem de outra pessoa.
Ela é o resultado da dificuldade de lidar e conviver com o sucesso alheio. É a dor causada pelo desejo não satisfeito de ter as conquistas e vantagens que outras pessoas têm.