A busca pela autoaceitação

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“Floresci e não deixo mais que me podem. Meus excessos são as partes mais bonitas do meu novo eu”.

 

Outro dia, estive em um Sarau o tema era livre, deveríamos trazer reflexões que convidasse os demais a avaliar o assunto.

Escolhi falar de aceitação. Sustentei que acreditava que um dos maiores objetivos da jornada humana era ser aceito.

Porém,  nessa busca  alguns indivíduos acabavam seguindo o caminho contrário, andavam na contramão. Citei como exemplo os criminosos, seja do tráfico, seja do colarinho branco, ou seja, aqueles que detêm o poder e se corrompem.

Ponderei que observei que a maioria deles se perverteram pelo desejo de honra, distinção ou status social.  Mas, essa postura não seria uma busca por aceitação? Anuência? Ou, “concordância/consentimento” dos demais?

Não é à toa que o antônimo de aceitação é rejeição, percebo que existem  pessoas que sentem muito medo de serem rejeitadas, e alguns ditos-cujos em nome de serem benquistos fazem qualquer coisa, “trapaceiam/atropelam”  e muitas das vezes, acabam se arruinando.

Aliás, na busca por aceitação social, se a gente não se policiar acaba se perdendo de nós mesmos. Examine aí dentro e veja quantos “nãos” você deixou de dizer para contemporizar.

Quantas vezes você se pôs de lado, se desvalorizando ao negar o que sente para ser polido socialmente, se obrigando a fazer o que não gosta e não quer?

Afinal, abdicar do status de “bonzinho” para assumir o que sente, de verdade, não é fácil.

Antes eu pensava que me colocar em primeiro lugar era egoísmo. Hoje eu entendo o quanto o principal investimento tem que ser em nós mesmos.

É através do nosso resgate, do nosso autoconhecimento que adquirimos condições de não cair na armadilha da manipulação, da necessidade de ser aceito, amado ou de, simplesmente, usar o Outro como foco para uma desesperada fuga de um encontro com quem somos.

Quando não nos cuidamos antes de qualquer espécie de “generosidade”, procuramos, inconsciente ou conscientemente, nosso próprio benefício, por mais que o mesmo, aparentemente, se estenda ao outro: sentimo-nos úteis, bons, superiores.

Por isso, é tão importante ter um vasto olhar para o nosso interior antes de sair por aí oferecendo ajuda ou apontando o dedo como pseudos-psicólogos do mundo.

Quantas vezes aconselhamos em vez de pedir colo, ou engolimos nossa dor para tentar curar a alheia. E damos facilmente aquilo que em nós ainda não está firme.

Isso não nos deixa mais fortes, apenas mais disponíveis. Isso nos distrai do que precisamos arrumar na nossa própria vida. Isso nos tira, temporariamente, do nosso caminho por talvez achar que a própria caminhada seja mais árdua.

Por isso, é tão importante ter um vasto olhar para o nosso interior antes de sair por aí com aquela fantasia de salva-vidas (quando os afogados somos nós mesmos).

Portanto, vá ao encontro do outro quando tiver encontrado a si mesmo e quando tiver finalmente desistido de abandonar sua própria realidade. Seja intenso, extenso, inteiro. E, sobretudo, honesto.

Por fim, respeite o que sente porque o mundo lhe trata como você se trata. E lembre-se, muitas vezes, ao dizermos “não” para os outros, estamos dizendo “sim” para nós mesmos.

E não confunda ser generoso com ser “bonzinho”. O seu “sim” e o seu “não” precisam vir do que você sente. O que você sente é sempre a verdade da sua alma.

Essa é a única orientação segura para a sua vida. Seja generoso, seu coração vai lhe apontar  para quem, quando e por que. Mas tenha coragem de dizer “não” para tudo que não brote do seu coração.

Anotação final 📣As opiniões alheias, mesmo as das pessoas que você mais respeita, podem ser subjetivas, pois são apenas opiniões. Acredito que a melhor parte da história da Humanidade foi escrita por pessoas que tiveram coragem de confrontar opiniões.

Fica a dica😉 Tóxico não é quando alguém é ruim para você. Tóxico é quando alguém é ruim para você alguns dias, mais bom para você em outros.

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