Cartas invertidas

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“Ser mineiro é não dizer o
que faz, nem o que vai fazer,
é fingir que não sabe aquilo
que sabe, é falar pouco e
escutar muito, é passar por
bobo e ser inteligente, é
vender queijos e possuir
bancos.
Um bom mineiro não laça
boi com imbira, não dá
rasteira no vento, não pisa
no escuro, não anda no
molhado, não estica
conversa com estranhos, só
acredita na fumaça quando
vê fogo, só arrisca quando
tem certeza, não troca um
pássaro na mão por
dois voando”

Fernando Sabino

Quem me conhece sabe,  mesmo quando não falo; eu digo o que penso, culpa das minhas expressões faciais, que parecem ter vida própria e insistem em me entregar, por mais que eu valorize e até que me envaideça dessa transparência, venho aprendendo a importância de dosá-la, primeiro por respeito aos outros. Afinal, ninguém é obrigado a se deparar em tempo integral com os meus julgamentos e percepções.

Segundo por autopreservação, chega de jogar baralho com as cartas voltadas para os adversários, o mais divertido é que, isso não implica em você mentir, mas em omitir, em dar-se o direito de decidir quais as pessoas e ambientes são de fato dignos de saberem o que lhe vai por dentro.