O homem é a medida de todas as coisas”, dizia Protágoras, cabe a nós decidir sobre o que é certo ou errado, respeitando os diferentes pontos de vista, pois ninguém pode se julgar dono da verdade. Ora, o melhor modo de fazer isso é a democracia, em que prevalece o livre debate de ideias.
Vivi algumas situações que quero compartilhar com o leitor, e convidá-lo a refletir sobre o assunto. O primeiro caso ocorreu enquanto eu aguardava uma audiência, conheci um advogado que coincidentemente mora na mesma rua que eu moro.
Ele me contou que começou a advogar depois da sua aposentadoria, e, antes, havia passado a maior parte da sua vida no serviço militar, e ainda era filho de um militar.
Em consequência disto, havia recebido uma educação muito rígida, o que fez com que ele se tornasse uma pessoa inflexível e intolerante! No entanto, com o amadurecimento ele tentou exorcizar este homem! Modificar a sua postura, se tornar uma pessoa mais maleável, porém, isso acabou lhe gerando alguns contratempos e decepções.
E por fim, ele disse que estava voltando a ser radical como antes! Era mais fácil, ele se decepcionava e se aborrecia menos. Respondi que no trato com as pessoas, procurava me utilizar o princípio da igualdade, que pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes, sejam tratadas de forma desiguais.
Continuei explicando que convivia com todas as todas as tribos, porém, procurava respeitar a natureza de cada um, tentava não exigir das pessoas aquilo que elas não podiam dar.
Outro fato que pretendo relatar foi à morte do filho de um amigo (era esquizofrênico) e enfartou depois da última internação.
O pai do rapaz é dono de um terreiro de candomblé e apesar de levar o filho para fazer tratamentos, acreditava que a sua fé iria curar o seu filho.
Outra pessoa do nosso grupo de amizade, afirmava que faltou diálogo com o rapaz, pra ela remédio e tratamento nada, faltou foi uma boa conversa.
O último caso ocorreu em um local que eu prestava serviços, fui cobrar a postura da dirigente sobre as atitudes de outro membro, que estava pintando. (Um marginal)
E tive como resposta que ela teria uma conversa com ele. Não gostei da forma que ela lidou com a situação, e cai fora! Sabe quando a pessoa confundiu alho com bugalho? Não dá!
Nota: Nos casos acima relatados quero chamar a atenção do leitor para a postura que certas pessoas decidem ter ao lidar com certas questões.
No último caso relatado a tal presidente acreditava que um simples diálogo, iria transformar uma pessoa que aparentemente passou a maior parte do tempo preso/ou internado em clínicas de reabilitação.
Verifica-se que tanto ela, como o advogado do 1º caso, possuem atitudes parecidas ao tratar o próximo. Não sabem dar tratamento isonômico às pessoas.
Nesse diapasão, no 2º e último caso as pessoas acreditam que doença mental, pode ser tratada com reza, prece ou conversa.
Sinceramente, ambas as partes, apesar de serem pessoas e situações distintas, pra mim usam filosofia de botequim, não respeitam as diferenças, tentam se alienar, não enfrenta de frente a questão.
Doença se trata com remédio e tratamento. Bem como, devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. Isto é respeito pela natureza das coisas, e singularidade das pessoas.
Um dos casos mais célebres de opção por tratamentos contra o câncer sem base em evidências científicas foi o do fundador da Apple, Steve Jobs – e não acabou bem.
Jobs foi diagnosticado com câncer de pâncreas em 2003 e chegou a fazer uma cirurgia em 2004. Mas, de acordo com o biógrafo Walter Isaacson, a doença voltou e Jobs adiou sistematicamente as terapias recomendadas e optou por se tratar apenas com sucos de frutas, acupuntura, ervas e outros tratamentos – alguns encontrados na internet. O empresário morreu em outubro de 2011 em decorrência da doença.
Outro caso que ganhou repercussão internacional foi o de Naima Houder-Mohammed, uma capitã do exército britânico que foi diagnosticada com câncer de mama em 2010. Ela se tratou e considerou o tumor curado, mas em 2012, a doença voltou.
A situação era séria e os médicos ofereceram tratamentos paliativos. Naima procurou opções na internet e descobriu Robert Young, autor do livro O Milagre do pH, que recomenda “alcalinizar” o sangue por meio de injeções de bicarbonato de sódio.
Naima foi à Califórnia para ser tratada pelo próprio Young, que aplicou as injeções em 33 sessões, por US$ 77 mil. Ela estava confiante na cura, mas, depois de três meses de tratamento, ela piorou e viajou de volta à Inglaterra, onde morreu junto à sua família aos 27 anos.
As terapias tradicionais chinesas foram a escolha da atriz Xu Ting, que comoveu a China ao morrer aos 26 anos no dia 7 de setembro de 2016. Ao anunciar nas redes sociais que sofria de um linfoma – um câncer no sistema linfático –, a atriz afirmou que não faria quimioterapia, optando por acupuntura, por um tratamento que usa copos para fazer sucções pela pele e pela técnica gua-sha, que consiste em uma dolorosa raspagem do corpo. Em seus últimos dias, Xu chegou a recorrer à quimioterapia, mas já era tarde demais.