Me deixa ser Eu

Antigo Provérbio Samurai Japonês Não fale mal de si mesmo. Pois o guerreiro dentro de você ouve suas palavras e é diminuído por elas.

 

Uma coisa que a maturidade me ensinou: foi a varrer todo o lixo que existe ao meu redor, a me livrar de tudo que não for saudável. Pessoas, tarefas, situações  que me colocam pra baixo, que ameacem a minha paz interior, a minha autoestima, meu respeito por mim mesmo, meus princípios e valores.

Do mesmo modo, amadurecer também me treinou a prestar menos atenção nos que as pessoas dizem e observar mais o que elas fazem.

Palavra de Ordem👩🏿‍🎓 O que não me tem afeto. Não me afeta, simples assim.

Registro interessante🤷🏿‍♂️ Depois de uma longa caminhada num dia de sol, mestre Zhuangzi caiu em profundo sono deitado embaixo de uma amoreira. Tão logo dormiu, começou a sonhar que era uma borboleta, voando pelos campos que tinha acabado de percorrer minutos antes de adormecer e vendo as mesmas coisas que tinha visto. Ao acordar de repente, disse a si mesmo, meio assustado: “Estou diante do problema filosófico mais complicado da minha vida. Quem sou eu? Sou um homem que sonhou que era uma borboleta? Ou sou uma borboleta sonhando que se transformou em um homem?” O relato do sábio chinês inspirou, entre tantas coisas, o filme Matrix, talvez o maior expoente na cultura pop da tal.Essa questão nos cerca há milhares de anos e, por mais louca que possa parecer, ainda nos coloca em dúvida se o Universo em que vivemos com nossos cinco sentidos pode não ser real.Antigas tradições e religiões milenares já discorreram sobre o nosso mundo não passar de uma ilusão. Platão dizia que, por trás da nossa realidade material, existe uma realidade abstrata, mais perfeita, o “mundo das ideias”. Uma das ideias centrais do budismo é que tudo o que vivenciamos não passa de um sonho, do qual temos de acordar para uma realidade verdadeira, o nirvana. “Estou acordado e todos dormem”, é a mais conhecida das muitas frases de Buda. Saindo do campo religioso, surpreendentemente, a questão sobre se nosso Universo é real ou não é algo que atualmente a física moderna começou a se perguntar. Será que o Universo realmente existe, e todas as coisas estão realmente acontecendo? Pela primeira vez na história, passamos a considerar seriamente, do ponto de vista científico, se há alguma possibilidade de aquilo o que nós experimentamos seja apenas uma simulação elaborada de um universo construído em um computador impossivelmente poderoso. E como podemos saber?

À primeira vista, parece impossível. Um mundo com tantos detalhes como o nosso, com tantas leis físicas que valem em todo o Universo, a riqueza de informações e detalhes que há, por exemplo, numa singela flor… tudo isso é construído a partir de um imenso programa de computador? Impossível não, mas improvável, talvez.

Para os defensores mais radicais da ideia de simulação, tudo o que vivenciamos não passa de códigos de computador feitos por um ser inteligente, orgânico ou não. Vivemos e fazemos parte desse código sem ter nenhuma consciência do “nível acima” de nós, ou seja, a “verdadeira” realidade, como na trilogia Matrix. Tal ideia, no entanto, é amplamente rejeitada pois descamba mais para a crença do que ciência, baseada em provas.

O astrofísico Neil deGrasse Tyson afirma que as chances de que o Universo seja apenas uma simulação podem ser bastante altas e que ele “não ficaria surpreso se descobrisse que alguém é responsável por sua criação”.

Tyson afirma que é bastante comum que os seres humanos se julguem superiores como espécie inteligente. Mas, de fato, “ninguém garante que não existam entidades infinitamente superiores em outros mundos, que poderiam ter criado o nosso Universo inclusive como forma de entretenimento”, argumenta o astrofísico.

Talvez seja possível simular um Universo por meio de um supercomputador, por exemplo, principalmente se a física evoluir ao ponto de conhecer todo o funcionamento e todas as leis que nos regem. Parece improvável, mas impossível talvez não.

Muitas descobertas na ciência surgem a partir de perguntas infantis. Isso. Aquelas perguntas que nós fazemos sem parar diante de um mundo inédito. Fazer ciência muitas vezes é manter essa sensação do mundo como novidade, só assim enxergamos o diferente onde parece ser óbvio. E vai saber se esse óbvio não é apenas um sonho de algo maior ainda a ser descoberto. Será?

Source: Adaptação do texto de Marcelo Lapola (Revista Galileu)

 

 

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