O velho lenhador e o jovem aprendiz

 

 “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado… Provérbio Chinês”.

 

                Gosto de pensar por analogias. Não é à toa. Sou formado em física, daí a razão. Mas longe de acreditar que físicos vivem apenas num mundo de razão, sem emoção. Estava me lembrando outro dia da parábola do velho lenhador e o jovem aprendiz (ressalva: esqueçam o aspecto ambiental envolvido, porque a parábola é do tempo que não existiam cuidados para com o meio ambiente). Ela parece que tem muito a dizer a todos nós, submersos no dia-a-dia dos negócios da fotografia.

            A parábola – Um jovem lenhador ficou impressionado com um colega, já velho, que cortava muitas árvores por dia. Na região, esse ancião era considerado um mestre no seu ofício, a referência maior. O desejo do jovem era ser também um grande lenhador e, por que não?, melhor do que o velho. Então foi pedir “estágio”. O mestre, lisonjeado, aceitou o aprendiz. Estava ensinando tudo o que havia aprendido, quando um dia o jovem acreditando que já sabia tudo propôs um desafio: quem cortaria mais árvores num dia de trabalho. O velho aceitou tranquilamente o desafio entendendo que o jovem ainda tinha o que aprender.

            No dia do desafio, o jovem mantinha-se incansável no corte das árvores. De vez em quando olhava para o terreno ao lado para ver como andava a produção do velho e muitas vezes o via sentado. Concluiu que o velho estava cansado e não poupou esforços no corte das árvores. Ao final da jornada, a contagem  das árvores. Para a surpresa do “estagiário”, o mestre tinha cortado muito mais árvores. Mas como isso?, perguntou o jovem ansioso. De maneira serena, o mestre explicou que naquelas paradas, ele não estava apenas descansando, mas estava também amolando o machado.

            Quando teve que parar de cortar para descansar, o lenhador continuou trabalhando, amolando seu machado para ser mais produtivo quando voltasse a cortar. Ou seja, devemos aproveitar para aprimorar nossas ferramentas de trabalho sempre que tivermos que parar o diminuir nosso ritmo, para sermos mais eficientes diante de todos os tipos de concorrência, em cada retomada.

            Indo mais longe podemos exercitar o significado do que seria amolar o machado para nós, fotógrafos. Significa agir nas estruturas para aumentar a eficiência e a produtividade, como rever fluxos de trabalho, reavaliar margens de lucro em serviços e produtos, eliminar serviços desinteressantes, introduzir novos serviços, revisar equipamentos, avaliar a compra de novos equipamentos, reestruturar a equipe de trabalho. Com o aumento de produtividade aumentamos nosso potencial de venda e ficamos preparados para uma retomada mais forte.

            Além disso, diferente de muitos outros ramos, o fotográfico está demandando dedicação maior a novos conhecimentos, tanto de soluções comerciais como de novas tecnologias em equipamentos e softwares. Este momento de “descanso” é muito apropriado para aprimorar esses conhecimentos por meio de congressos, feiras, leituras, trocas de experiência com amigos, etc. Assim melhoraremos a visão das tendências do mercado e reestruturaremos o mix de serviços e produtos para caminhar na direção do que acreditamos ser correto. Enfim, este é o momento de se dedicar à melhoria das estruturas, administrativas, da equipe de trabalho, de produtos e serviços, etc. E a reflexão vale muito mais no âmbito pessoal. Cabe aqui a pergunta: quem vai investir em mim, senão eu mesmo? Em vez de ficarmos desanimados lamentando as dificuldades, vamos avançar com tranquilidade afiando nossos machados.

Texto: William Bittar

Fonte: focusfoto.com.br 

“Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve por mais força; mas a sabedoria é proveitosa para dar prosperidade” (Eclesiastes 10.10).

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